A população indígena vive um colapso, uma obstrução de direitos que, por sua vez, existe e lhes importam não só na qualidade de seres da mata brasileira, mas como cidadãos que dividem uma mesma civilização. Pois tais empecilhos vêm ostentando o que antes ocorria desde a descoberta do Brasil. Episódio em que índio e branco viviam em uma mesma terra, porém diferenças os separavam. Pois os índios passaram a ser isentos da paz que antes compartilhavam em suas terras para serem sucumbidos por banalidades egocêntricas, sob o poder de estrangeiros, eram submetidos a cumprirem desejos que nunca lhes pertenceram, onde o direito era uma palavra inexistente para os nativos.
Viviam períodos de ignorância, pois não possuíam defesas além de armamentos para sobrevivência. Contudo, hoje conhecedores da lei, conseguem enxergar mais além, ao ponto de perceberem quando são lesados, uma vez que seus princípios são feridos, o que os fazem exigir o que todos possuem; o direito; a defesa perante a justiça. Pois a lei maior (Constituição Federal de 1988) lhes assegura os mesmos direitos perante o espaço social entre brancos sem a necessidade de submissão como outrora ocorria há 511 anos atrás.
Sobretudo, muito ainda precisa melhorar o sistema para com o respeito a um povo que tanto importa para a cultura do país, pois tem sido uma dificuldade tirar do papel um direito escrito e expô-lo a prática.
Pois até então, muitos acontecimentos ainda os preocupam, como os casos quase imbatíveis de invasões territoriais, desmatamentos de suas terras, dentre outros, em que seus movimentos e reivindicações ainda são sinônimos de sangramentos e mortes. Ou seja, mesmo em tempos em que o diálogo é considerado a melhor arma de se combater a ignorância, parece não ser a solução para evitar danos e conflitos. Contudo, mesmo com os direitos que os tornam iguais a todos os povos como prever a constituição Federal (CF): princípios de igualdade, fraternidade e liberdade, como também o princípio da isonomia, os mesmos ainda são literalmente tratados de forma secundária, o que dificulta a introdução de seus ideais perante a sociedade e proteção de suas terras.
No entanto, a fim de ressarcir o que lhes foi tirado desde o período colonial, marcado pela infiltração e domínio português nos territórios indígenas, hoje há uma minúscula inserção dos tais nos projetos sociais e planos de governo. O que de fato demonstra certa indiferença, uma vez que a minoria deve representar toda a sua raça, pois a exclusão indígena tem sido maior que sua inclusão. Sobretudo, comprovando o que se ver no dia a dia; cotas limitadas em universidades, pouquíssimos representando os governos, diminuto numero de defensores de cargos importantes no país, etc. Porém, uma cultura que durante anos vem se evadindo, mas que ainda existe para defender suas causas tanto na mata como nos centros urbanos.
Para tanto, o preconceito, o desrespeito e a falta de garantia das práticas defensivas da lei, são fronteiras que precisam ser ultrapassadas, a fim de torná-los mais que meros povos da mata, como também integrantes e participantes de um mesmo meio social.
Pois o Brasil é considerado um país democrático e deve fazer jus a tal título. Igualando todos os povos e etnias que representam sua cultura e formam as cores de sua bandeira.