Atualizado: 29/11/2010 0:44
Robson Fernandjes/AE
"Invasão. Policiais civis tomam Favela da Grota, refúgios dos bandidos"
RIO
Sete dias após o primeiro ataque da semana de terror no Rio, 2.700 homens das Polícias Civil, Militar e Federal e das Forças Armadas entraram ontem no Complexo do Alemão, na zona norte. Não houve o combate que se esperava. Tampouco foram presos os chefes do tráfico da Vila Cruzeiro, Fabiano Atanazio, o FB, e do Alemão, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão.
A inteligência da polícia recebeu informações de que FB teria fugido para a Favela da Mangueira ou para Manguinhos, ambas dominadas pelo Comando Vermelho (CV). Há informações de que parte dos cerca de 500 traficantes que a polícia estimava estarem no complexo fugiu para a Rocinha, dominada pela facção Amigos dos Amigos (ADA).
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que Rocinha e Vidigal, ambas na zona sul, estão entre os próximos objetivos da polícia. 'Quem apostar na derrota, vamos dobrar a aposta. Se chegamos ao Alemão, vamos chegar à Rocinha e ao Vidigal', afirmou. Beltrame classificou o Alemão como 'coração do mal' e prometeu manter a ocupação da área.
Beltrame minimizou o baixo número de prisões - cerca de duas dezenas. 'Há marginais presos, há marginais que fugiram e posso garantir que os que fugiram, sem arma, sem casa, sem território, são muito menos do que eram antes', disse.
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Duas prisões foram consideradas estratégicas pela polícia. Uma é Sandra Helena Ferreira Maciel, a Sandra Sapatão, que era do Jacarezinho - região já dominada por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) - e, segundo a polícia, ligada aos traficantes Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Outra foi a do traficante Elizeu Felício de Souza, o Zeu, um dos condenados pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.
Um traficante e duas pessoas não identificadas morreram. Um morador ficou ferido, sem gravidade. Segundo a polícia, 40 toneladas de maconha e 150 kg de cocaína foram apreendidos, além de 50 fuzis e munição.
Varredura. A invasão foi rápida. Em 1h30 de ataque, o domínio da área central do complexo estava consolidado, embora ainda houvesse resistência em pontos de difícil acesso. Em seguida, a polícia iniciou a varredura, de casa em casa - seriam 30 mil no local. O trabalho seguirá nos próximos dias. 'Todas as casas serão revistadas. Beco por beco, buraco por buraco', afirmou o comandante-geral da PM, Mario Sergio Duarte. Com 1h30 de operação, ele declarou: ' Vencemos, vencemos. Trouxemos a liberdade para a população do Alemão'.
O delegado Ronaldo Oliveira, coordenador das delegacias especializadas da Polícia Civil, disse que a operação 'deixa claro que é mentira dizer que a polícia entra em favela atirando'. ''Policiólogos' de plantão falam besteira', ironizou Oliveira, o primeiro a hastear uma bandeira do Brasil na estação do teleférico.
Antes da ocupação, chefes do tráfico baixaram uma ordem impedindo que os moradores deixassem a região antes e durante a ocupação. Quem saísse perdia a casa e os móveis. Também ficaria sujeito a julgamento pelos 'comandantes' do tráfico.
O comerciante João Aparecido Alves, morador do local há 22 anos, foi ameaçado depois de mandar a mulher e os filhos para Cabo Frio. Disseram a ele que, se não os trouxesse de volta, seria morto. Alves pediu proteção à polícia. O morador Glauco Pereira foi autorizado a sair com a mãe doente, mas precisou deixar os dois filhos como garantia de que voltaria.
As notícias de violência no Rio chamaram a atenção da imprensa internacional e do papa Bento XVI, que expressou solidariedade às famílias das vítimas da violência em mensagem enviada ao arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta. A aprovação da ação entre a opinião pública predominou, mas moradores do Alemão esperam mais que policiais a postos em sua comunidade.
O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), indicou que as Forças Armadas devem continuar a apoiar as operações de recuperação de áreas dominadas pelo tráfico. 'As nossas Polícias, Civil e Militar, continuarão trabalhando articuladas com as Forças Armadas e a Polícia Federal para que possamos reconquistar mais territórios.'
Fonte: MSN
Comentário livre;
É bom saber do êxito para com o trabalho da polícia no Rio de Janeiro. Pois com certeza todos os moradores estão contentes com esse excelente resultado. Uma vez que a realidade dos fatos prevaleceu por muitos longos anos no complexo do alemão, sob domínio das facções criminais. Infelizmente à situação chegou a tal ponto, pelo fato da insolência e ousadia dos bandidos em não se renderem. Levando ao agravamento das coisas.
Mas graças a Deus mesmo com a existência das dificuldades, o trabalho está surtindo bons efeitos a favor da população que, por sua vez, dispensa comentários no sentido de susto e medo.
Contudo, a sociedade brasileira e internacional, até mesmo o PAPA acompanham de perto cada momento, através dos noticiários urgentes. Assim todos atônitos, aguardando o término desse litígio horroroso por parte das facções. E ao mesmo tempo gratos primeiramente a Deus e a segurança (policiais) que, por sua vez só tem sido alvos de julgamentos populacionais durante anos. Através das falhas cometidas, o que todos sabem. Mas esse é um momento de gratidão para com os mesmos que, sobretudo, arriscam suas vidas para defender às de outrem. Parabéns ao trabalho da segurança do estado do Rio de Janeiro (policiais, exército, marinha, civis, federais, enfim) todos eles, por esse trabalho, e ao mesmo tempo todos se redimindo, no que se refere à imagem das corporações militares, mesmo sabendo que existem os “desfalecedores” da corporação militar no país, mas apesar de contas existem ainda muitos policiais honestos e comprometidos à seriedade a frente de um trabalho de suma importância e responsabilidade.
Mais uma vez, parabéns a todos, e que o trabalho da policia continue colhendo bons frutos, não só sob a atual situação na cidade do Rio. Mas em todos os estados desse Brasil enorme, para que haja de fato a segurança e o respeito que todos almejam durante séculos.