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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ERA UMA VEZ UM PARAÍSO FRUTÍFERO CHAMADO TERRA


       Com a visita inesperada de um ser conhecido como “Homem”


 part 01
Ha certos mil anos atrás, em um período em que tudo se dera início sob um esplêndido e espetacular ambiente virtuoso e vivificado, com enumeras galerias de imagens naturais. Com magníficas rochas sedimentares, relevos bem formados, ilhas esplêndidas, solos férteis e frutíferos, grandes níveis de águas, tanto doce como salgadas, ar limpo e puro, animais de todas as espécies (isso mesmo todas as espécies), pois, a palavra extinção era extinta naquele lugar. Um lugar que acabará de nascer. Este por sua vez, era de fato um local onde dava-se, e podia-se viver. Pois o mesmo era formado por “tudo”, isso mesmo que você acabara de ler, “tudo”. Uma vez que nada faltava, devido à bondade e misericórdia sublime da natureza. Mas de imediato surgiu um ser com características familiares, porém desconhecido, cuja estética o levou a ser chamado – homem.
O próprio migrava as fronteiras à procura de uma morada fixa, pois havia muito que o mesmo passeava sobre os confins em busca de melhoras e nada encontrava. No entanto, com um golpe irônico do destino e azar para o local, ele o encontrou. Onde passou, por sua vez, a alimentar-se do que era saudável, em todos os sentidos; frutos da terra, do mar, água, ar etc... a dormir, descansar em paz. E percebeu que todo aquele ambiente lhe era submisso. A gradativa sensação de desfrutar de um meio que só lhe proporcionava vida, bonanças, saúde, paz, segurança, dava-lhe a garantia de uma sustentabilidade perfeita.  Tudo era realmente lindo, lugar onde o mesmo disse consigo mesmo – aqui estabelecerei morada, e viverei pelo resto dos meus dias. Pois nada me falta, nem me faltará, tudo que preciso encontro nesse lugar chamado “terra”. Meu corpo e minha alma fartam-se neste lugar e, contudo, não me convém sair a procurar ambiente melhor, pois sei que sorte igual não terei em meio ao caminho. Todavia fez-se morada fixa neste paraíso desconhecido e “quase” desabrigado.
No entanto passou não só a usar os meios propícios para sua sobrevivência, como também a agir curiosamente a respeito dos mesmos. Começou então a se questionar e, sem saber ou perceber, cedeu espaço para uma simples, porém geniosa descoberta. A descoberta do uso dos “comos” e “por quês”. Como fazer isso? Como fazer aquilo? Por quê isso? Por quê aquilo?
Eram muitas as dúvidas, porém maiores as curiosidades em como obter respostas para suas perguntas. Mas no decorrer de suas anomalias, surgiu, sobretudo, outra palavra que passou a fazer parte da sua trajetória. Palavra essa que de fato mudou a sua vida, a palavra “descoberta.” O mesmo não se conformava tão somente com a idéia de pensar que poderia viver bem, ou tranqüilo. Mas ele queria mais.
Como um todo, ele começou a se movimentar e percebeu que tudo chegava a um resultado fascinante. Cavar, desmatar, amarrar, emendar, tecer, apregar entre outros. E viu que aquilo era bom, que podia ir mais além do que o simples fato de tão somente viver sob um desdém, ou alguma espécie de regalia acomodada.
Contudo, suas curiosidades abriram o espaço que faltava para as respostas de seus questionamentos. Sobre um pressuposto, acabou sem se dar conta de que tudo eram criações, ou seja, suas criações. Onde deu-se início a uma era de transformações, pois não só o meio em que vivia se radicalizava, como ele também o acompanhava e ambos cresciam juntos. Começou a usar de seus meios para desmatar árvores para suas construções que pareciam mais não ter fim; casas, cercados, galpões, lavouras, poços, pontes, travessias, estradas, enfim. Muito se criava, sobretudo, cedendo maior espaço para mais uma das inúmeras características que o acompanhavam - a ganância, que ganhava sua força e espaço entre as entrelinhas. Maior inimiga que um ser pode encontrar em meio a um longo caminho de crescimento capital. Pois a mesma atua de forma crucial sob o mesmo e sob outros indivíduos que pensam de forma parecida, a forma de como ter, obter, conseguir, independentemente de qualquer barreira.
Mas havia algo que ele não sabia, ou porventura não esperava. Que toda ação requer uma reação, independentemente de como, sempre há ou haverá uma reação na vida de um ser.
Seus trabalhos atraíram à tenção de outros, que rapidamente forjaram planos. Meios de como chegarem ao local e como se infiltrarem no negócio. Isso mesmo a palavra usada passou de “descoberta” para “negócio”. Pois muito se lucrava naquela terra, lucro esse que atuava como mercado interno, onde dividia-se entre ambos as manufaturas e colheitas, sendo que a maior parte pertencia diretamente ao descobridor (homem). E muita era a sua mão de obra. A mesma era fruto de uma das suas “descobertas”. Devido ao mesmo perceber que não era o pivô daquele lugar. Muita gente havia lá antes da sua chegada. Mas história como essa todos já sabem o final, a glória pertence àquele cuja túnica tem maior peso. Então foi o que ocorreu através de mais um de seus golpes de esperteza. Atraindo com seus truques, as mãos de obras gratuitas daquele local.
Sendo que muitos outros souberam do ocorrido e passaram a cercá-lo, esperando falhas, brechas, e até participando de seu meio. Os objetivos de uma suposta invasão os levariam a um capital grandioso e egoísta, ou seja, usarem da força para atuarem como governantes e mercadantes de uma terra próspera, oferecendo vendas e trocas para outras terras estrangeiras.
Daí então começou o surgimento de algo que outrora não acontecia. O surgimento de guerras por poder, por dinheiro, pois independente da intenção, tudo acabará em pró do dinheiro. Muitos derramamentos de sangue em uma terra que só era banhada pelas águas purificadas dos rios e mares. Passou agora a dividir seu espaço com sangue.
Sobretudo, muitos passaram a possuir o que antes pertenciam à outrens, pelo menos era o que pensavam. Porque o que mais se viam eram batalhas por terras sóbrias, completamente desraigadas e desabrigadas. Foram períodos diferenciados, no entanto todos carregam as suas marcas. As marcas das invasões, morte, sangue, dores, desigualdades para com cores e raças etc.
Muito ocorreu, o que resultou na mudança culminante e inevitável da terra. Devido a poderios que atuaram visando uma revolução industrial, em busca de crescimentos e vitórias que na verdade não passavam de lucros particulares. Mas para tanto, muitos se perderam e foram eliminados de vez de um sonho que tanto almejavam; os sonhos que todos e qualquer inocentes precisam – o sonho de uma vivência simples, porém vivos.


 continua...

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